Como a produção em larga escala impacta os fornecedores do varejo?5 min read

A busca por maiores margens de lucro e barateamento dos processos de fabricação levou ao aumento da produção em larga escala, o que impacta diretamente o mercado do varejo e os padrões de consumo.

Atualmente, podemos observar um movimento contrário ― as pessoas buscam mais personalidade e qualidade nas peças, abrindo novamente o espaço para roupas únicas feitas por produtores locais.

Quer entender melhor sobre a produção em larga escala, seus impactos e esse movimento de retorno? Então, continue a leitura!

O que é a produção em larga escala?

A produção em larga escala para a moda começou a partir da 3ª Revolução Industrial e se consolidou na década de 1980, como resposta às práticas industriais e à busca de um processo produtivo capaz de aumentar os lucros e diminuir o tempo e os custos necessários para essa fabricação.

Até então, as roupas eram feitas sob medida por costureiros, o que as tornavam mais caras e, de certa forma, elitistas. A produção em larga escala tornou as peças mais baratas e acessíveis, ao mesmo tempo que permitiu o surgimento de grandes conglomerados no varejo.

Esse método de produção permite a fabricação de um enorme volume de itens, facilitando os processos complexos e aproveitando ao máximo a matéria-prima e as máquinas. Ou seja, o método é totalmente voltado para maximizar a eficiência, aumentando assim a margem de lucro.

A globalização também ajudou a impulsionar esse método de produção e a estimular ainda mais o consumo, imprimindo uma certa urgência e ansiedade no acompanhamento das informações e surgimento de novas tendências.

Como a produção em larga escala afeta os fornecedores do varejo?

Claro que esse volume de fabricação tem características e demandas diferentes, afetando o varejo de maneira muito particular e tornando o ciclo de consumo mais curto e agressivo, para que essa demanda seja absorvida.

Entenda melhor cada um dos aspectos que sofrem as consequências de uma fabricação em larga escala.

Alto volume de lançamentos

As lojas de fast fashion lançam produtos novos e acompanham tendências em um intervalo de tempo cada vez mais curto, na tentativa de oferecer as peças que o público deseja atualmente e incentivar o consumo.

Padronização do mix de produtos

A produção em larga escala diminui as diferenças entre lojas e regiões. Geralmente, é feito um estudo das principais tendências para a próxima estação, e a coleção é pensada de maneira geral. Não é à toa que você encontra as mesmas peças em diversas regiões, ou até mesmo itens similares em lojas distintas.

Em outras palavras, uma pequena variedade de modelos é produzida em grande volume, diminuindo as opções e limitando o mix de produtos.

Tamanhos padronizados

Há diversidade nos corpos e tamanhos das pessoas, mas atender a todas essas demandas fica difícil quando se trata de uma produção em larga escala. Por isso, as lojas que trabalham com esse tipo de produção costumam fabricar tamanhos padronizados, que atendem a um grupo mais amplo de pessoas.

Pouca preocupação com a sustentabilidade

O principal intuito de uma produção em larga escala é incentivar o consumo e, por consequência, aumentar a velocidade do descarte e a produção de lixo. Essa abordagem tem pouca preocupação com a sustentabilidade, afinal, todos esses resíduos vão se acumulando.

Além disso, o próprio processo de fabricação afeta o ambiente com a emissão de carbono, uso de fertilizantes e agrotóxicos para a produção de matéria-prima, consumo de combustíveis para o transporte, entre outros recursos.

A preocupação com a preservação ambiental estimula a busca por novos métodos produtivos, mais sustentáveis e capazes de aumentar o tempo de uso das peças fabricadas, o que por sua vez diminui a produção de lixo.

Como a Indústria 4.0 está mudando esse cenário?

A Indústria 4.0 trouxe uma nova visão sobre o consumo e os processos produtivos, com uma preocupação muito maior com a sustentabilidade. Se antes a indústria ditava os comportamentos de compra, essa relação começou a mudar, colocando o consumidor como centro da decisão e passando a ele todo o poder de escolha de compra, de acordo com seus gostos e necessidades.

Em outras palavras, hoje o cliente determina o que quer e força a indústria a produzir para atender à sua demanda. Essa mudança abre espaço para a produção customizada.

As novas tecnologias permitem que essas peças sejam produzidas sem abrir mão da rentabilidade e do lucro durante o processo. Elas abrem espaço para uma maior integração entre a indústria e o varejo, atendendo aos desejos do consumidor e, ao mesmo tempo, mantendo espaço para que as lojas de grande porte consigam manter a sua fatia de mercado.

Um recurso trazido pela Indústria 4.0 e que mostra bem como essa mudança é latente é a análise de dados. O uso de big data e analytics ajuda a entender as preferências do consumidor, direcionando a criação de coleções e produtos de acordo com essas demandas. Dessa maneira, não é mais a indústria que dita o que será vendido, mas sim o público que informa o que quer usar.

Compreender como a produção em larga escala afeta as dinâmicas entre fornecedores, varejo e clientes, e principalmente, como essa realidade está mudando, é essencial. Essa análise permite acompanhar as nuances de mercado e estabelecer estratégias capazes de promover um bom volume de vendas, mesmo diante do novo cenário.

Ter informações atualizadas sobre essas transformações nem sempre é fácil. Por isso, sugerimos que você curta a nossa página no Facebook para acompanhar novos conteúdos e informações sobre feiras voltadas para o setor têxtil.

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