Responda rápido: quando você cria sua coleção você pensa em uma moda para todos ou imagina sempre o mesmo shape vestindo suas peças? Apesar de muito se ouvir e falar sobre a beleza da pluralidade, para muitos criativos esse ainda não é um exercício diário.

O mundo não é perfeito, a beleza não tem padrão, mas ainda assim o mundo da moda é um dos grandes responsáveis por vender um ideal de estética. Uma atitude que, ao que tudo indica, está ficando cada vez mais ultrapassada.

A pandemia nos ensinou a ser mais humanos, a valorizar a natureza, a importância de um abraço, sem importar a forma física ou estilo. Valorizar as diferenças e reconhecer a beleza da pluralidade é celebrar a vida.

É só prestar atenção para perceber que a cada dia surgem novos exemplos de que a moda para todos é uma tendência que veio para ficar. Por isso é preciso pensar nas coleções de forma inclusiva, mostrando que todas as peças devem ser para todas as pessoas.

Redes sociais impulsionam a moda para todos

As redes sociais, principalmente o Instagram, são vitrines de celebridades e marcas famosas, mas também passarelas das pessoas comuns.

É esse público comum que consome as coleções de moda no dia a dia, que indica para os amigos e que compartilha conteúdos levando a identificação de marca mais longe.

Igualmente, são esses consumidores que estão derrubando os mitos e padrões obsoletos do mundo da moda. São publicações diárias onde as pequenas regrinhas do que engorda e ou emagrece, do que alonga ou achata a silhueta são simplesmente ignoradas.

Nelas, a mesma roupa veste corpos completamente diferentes, produzindo resultados diferentes também, sim, mas igualmente belos.

Entender o recado do público é o caminho para criar coleções de moda para pessoas reais, mostrando que não tem certo ou errado na hora de vestir.

Coleções devem proporcionar o mesmo visual a todos

A moda para todos não deve ser uma tendência, mas se tornar uma realidade tão comum, que logo vira assunto esquecido. Cabe ao mundo da moda a produção das mesmas peças em todos os tamanhos, deixando ao gosto de cada um a escolha da roupa.

O que acontece hoje são coleções específicas para pessoas de tamanhos grandes, uma verdadeira ditadura de regras sobre o que pode ou não ser usado por gordinhas, baixinhas, altas ou magras demais. Se o ser humano não tem padrão, o mundo da moda também não precisa ter.

Tecnologia se torna aliada da moda inclusiva

Claro que o problema é bem maior do que gordo ou magro, pequeno ou grande. A questão passa pelo vício mental de seguir padrões preestabelecidos na hora da produção, mas em um país de misturas tão bonitas, os corpos também são muito diferentes.

Para tentar evitar ter que dar aquele jeitinho na costureira depois da compra, a startup Free’em Lab da designer de moda Larissa Lorenzi está tendo a tecnologia como aliada.

A designer está criando uma base de dados com as medidas dos brasileiros, coletadas através de crowdsourcing. Qualquer pessoa acessa o cadastro e preenche com informações pessoais, que se juntam a milhares de outras que são organizadas e direcionadas para empresas de moda de todos os tamanhos.

Com isso, marcas que se importam em produzir moda para todos e querem fazer parte dessa transformação contam com dados que ajudam a criar peças reais para pessoas reais.

A moda para todos é o reconhecimento da beleza da diversidade e o incentivo ao bem-estar. Porque não há felicidade maior do que estar bem consigo mesmo.

FONTE: HACO