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Dia das Mães vem com expectativa positiva para 2024 na moda4 min read

Por Eleni Kronka – jornalista, pesquisadora e editora de conteúdo.

O mês do Dia das Mães para 2024 vem com estimativa bem mais positiva do que o do ano passado, tendo a favor uma contenção nos juros e na inflação, menor endividamento das famílias e crédito para financiar o varejo e o consumidor.

O Dia das Mães é data que impulsiona as vendas de vestuário do primeiro semestre, ano após ano. Isto acontece mesmo que o varejo caminhe em ritmo moderado, sinalizando crescimento modesto em relação ao ano anterior.

De fato, o levantamento realizado pelo IEMI – Inteligência de Mercado mostra que a variação esperada no varejo de vestuário para este mês de maio, em volume de peças, ficará em 1,3%. Assim, as 521,79 milhões de peças de vestuário comercializadas em 2023 deverão chegar a 528,67 milhões neste ano

O faturamento também será moderado, da ordem de 5,3%, sem levarmos em conta a inflação do período. Desta forma, os R$ 23,97 bilhões registrados em 2023 subirão para R$ 25,23 bilhões em 2024, na estimativa dos analistas do IEMI.

Variáveis de mercado sugerem otimismo

Após um ano de desafios e complexidades, o cenário para o varejo se mostra mais otimista para o Dia das Mães de 2024. De acordo com Marcelo Villin Prado, diretor do IEMI, os resultados tendem a ser mais favoráveis em comparação com o ano anterior.

Em 2023, o panorama era marcado por uma série de variáveis que impactaram negativamente as vendas, especialmente no setor de vestuário. O outono-inverno foi prejudicado, com fatores como o pico de inflação em 2022, a incerteza política pós-eleitoral, o fim do auxílio emergencial e os juros altos dificultando o acesso ao crédito. Além disso, as famílias começaram o ano com altos níveis de endividamento, o que comprometeu a capacidade de compra parcelada de produtos como roupas.

O economista destaca que a situação conturbada envolvendo redes varejistas, como o caso das Lojas Americanas, gerou desconfiança em relação ao balanço das empresas. “Isto dificultou o acesso ao crédito por parte dos varejistas”. Algumas redes, como Tok Stok e Casas Bahia, entraram em recuperação, enquanto outras, como a Marisa, já estavam vulneráveis.

“Em 2023, as redes de varejo passaram por momentos difíceis, com muitas delas sem caixa para sustentar as operações. Com a estagnação da inflação e dificuldades para pagar empréstimos, houve uma redução no mix de produtos disponíveis, comprometendo o primeiro semestre do ano”, explica Prado.

No entanto, o economista aponta que em 2024 há sinais de normalização. “As empresas estão retomando o crédito, o que facilita o financiamento ao consumidor. As famílias estão mais equilibradas financeiramente, os juros estão em queda e a inflação está controlada”, assinala. “Com isso, o dinheiro volta a circular de forma mais fluida, indicando um processo de recuperação financeira”, complementa.

“O resultado para o Dia das Mães e o período de outono-inverno em 2024 tende a ser positivo, não apenas devido às condições climáticas, mas principalmente pela conjuntura econômica mais favorável. A base fraca de 2023 também contribui para essa perspectiva de crescimento”, ressalta Prado.

Mix repaginado

Renato Rubin, proprietário da marca Rubinella, aponta o Dia das Mães como data de destaque no calendário do varejo de moda. Ele ressalta, porém, a importância de buscar soluções para equilibrar as vendas, reconhecendo que qualquer movimentação é significativa para o comércio.

Rubin observa que as marcas apostam em datas e eventos para atrair os consumidores às lojas. Ele reconhece igualmente que o poder de compra do consumidor está mais restrito do que antes. “As despesas fixas das famílias aumentaram e isso reflete nas decisões de compra relacionadas à moda”.

Para se adaptar a esse cenário, a Rubinella desenvolveu uma linha com preços mais acessíveis, incluindo produtos mais fáceis de presentear, como blusas de malha e tricô. A marca ajustou o mix de produtos, focando em itens de custo-benefício atrativo, propondo complementos – como os artigos em retilínea – para compor com a alfaiataria estruturada, item-chave da Rubinella.

O empresário enfatiza a importância de produtos de moda com preço acessível e apelo visual na loja, especialmente para o Dia das Mães. Ao reconhecer o desafio do mercado em tempos de crise, destaca a importância de buscar soluções e entender o quanto os clientes estão dispostos a pagar.

Além disso, Renato Rubin planeja ajustar o mix de produtos para o verão, destacando itens com apelo de moda, preço acessível e que complementem o guarda-roupa sem concorrência interna. Esta estratégia visa maximizar as vendas e atender às demandas do mercado em constante mudança.

Para acompanhar o desempenho do Mercado de Vestuário, com foco no desempenho do mês de maio e Dia das Mães, acesse iemi.com.br/vestuario.

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