Empresas têxteis para decoração visam driblar resultados do pós-pandemia3 min read
Por Eleni Kronka – jornalista, pesquisadora e editora de conteúdo.
As empresas brasileiras de têxteis para decoração seguem em busca do equilíbrio, num momento em que o mercado ainda não se recuperou das perdas do período da pandemia.
O segmento de tecidos para decoração é foco do estudo elaborado pelo IEMI – Inteligência de Mercado que acaba de ser apresentado ao mercado. Trata-se de uma área em que empresários e empresas vêm colocado especial esforço – e investimentos – para a manutenção dos patamares de negócios alcançados.
A pesquisa Mercado Potencial de Tecidos de Decoração mostra que em 2022, ano base do levantamento, havia 55 indústrias têxteis neste segmento. Este total, no entanto, representa crescimento de 5,8%, se considerado o intervalo entre 2018 e 2022.
Os analistas do IEMI observam que o total de tecelagens dedicadas ao tecido plano no Brasil subiu de 518 para 549 entre 2018 e 2022. Trata-se de um crescimento de 6%. As tecelagens focadas no segmento da decoração constituem, assim, uma parcela de 10% sobre o total de companhias têxteis do País.
As empresas geraram uma produção aproximada de 355,7 milhões de m2 de tecidos. O faturamento em 2022 chegou a R$ 8 bilhões na soma de todas as empresas. Já o número de funcionários, entre 2018 e 2022, apresentou queda de 7,3%, encerrando o período com um efetivo de aproximadamente 13,5 mil colaboradores.
O produto e a produção
O mercado de tecidos para decoração, no Brasil e no mundo, é dotado de características muito específicas, no que diz respeito aos artigos e à tecnologia de fabricação.
Neste sentido, o estudo elaborado pelo IEMI aponta que os tecidos de algodão representam uma parcela de 36,8% da produção nacional neste segmento específico. Logo a seguir, vêm os tecidos que levam na composição fibras artificiais/sintéticas. Estes respondem por uma fatia de 35,3% do volume total produzido pelas têxteis brasileiras neste setor.
O nível da produção seguiu uma trajetória de queda. O estudo sobre o Mercado Potencial de Tecidos de Decoração compara a produção total de tecidos planos e o desempenho da área da decoração.
Nesta linha, a produção de tecidos planos totalizou, em 2022, 1,16 milhão de toneladas, ou 5,8% a menos do que o volume registrado em 2021. No período entre 2018 e 2022, o percentual negativo foi de 8,7%.
No segmento de tecidos de decoração, a queda foi mais acentuada. No período de 2018 a 2022, houve declínio de 11,6% no volume da produção de têxteis para decoração. Em 2022, o volume de tecidos para decoração chegou a 119 mil toneladas, equivalente a 10,3% da produção nacional de tecidos planos. Em 2018, o volume produzido foi de 135,6 toneladas.
Distribuição ao longo da cadeia de produção
A produção das tecelagens brasileiras deste segmento destina-se principalmente ao mercado interno, que absorve nada menos que 92,9% do total produzido.
Os canais de distribuição específicos para este segmento, conforme aponta a pesquisa do IEMI, seguem em três direções. Os têxteis para decoração destinam-se à produção de colchões (39%), aos móveis estofados (21,2%) e à fabricação de cortinas prontas (12,3%), destinadas ao consumidor final.
Parte da produção (7,4%) destina-se às confecções integradas à tecelagem, para a confecção de cortinas. Tanto o varejo quanto o atacado, segundo os analistas do IEMI, são importantes canais de vendas de tecidos de decoração. Eles representam 13% das vendas. Já as exportações ficaram com 7,1% do total da produção nacional em 2022.
Para aprofundar-se nestes e em outros dados muito específicos sobre este setor, acesse o Estudo Mercado Potencial de Tecidos de Decoração – 2023, bem como o site iemi.com.br/textil