Futuro da indústria da moda: o que esperar e como acompanhar6 min read

O futuro da indústria da moda é relativamente “fácil” de prever. Para isso, basta olharmos para o passado. Afinal, as máquinas têxteis foram as primeiras a surgir e gerar a grande Revolução Industrial do século XVIII. De uma forma ou de outra, nosso setor está sempre no pioneirismo tecnológico, empurrando outros ramos a seguir tal exemplo.

Por isso, falaremos um pouco mais das inovações trazidas pela chamada Confecção 4.0 — termo dado ao conjunto de novidades que estão revolucionando a cadeia produtiva têxtil. Ela inclui várias tendências, mas vamos focar nas principais.

Ficou interessado? Então, não deixe de ler o post até o final!

Inteligência artificial na indústria da moda

A Inteligência Artificial veio para inovar praticamente todo o processo produtivo, desde a produção do tecido até a inspeção de qualidade. A seguir, vamos falar de como a IA tem influenciado em cada etapa.

Produção do tecido

A produção de tecidos tradicional deve ser, em breve, reduzida. Daqui a alguns anos, a tecnologia de impressão 3D têxtil revolucionará a indústria da moda, sendo capaz de produzir qualquer tipo de tecido, com qualquer material e reproduzindo qualquer técnica.

No setor da fiação, espera-se o uso de impressoras 3D que consigam criar fios com seda, algodão, poliéster, entre outros, em qualquer densidade e padrão de entrelaçamento. Com isso, o temor da indústria de que somente fios básicos seriam produzidos é eliminado. Alguns entusiastas acreditam que a impressão 3D trará, inclusive, novas possibilidades.

No caso da tecelagem, as expectativas são semelhantes e as máquinas provavelmente criarão tramas complexas para atender às necessidades do público. A grande vantagem da impressão 3D será a redução dos defeitos e mais agilidade na cadeia produtiva, pois as máquinas não precisam fazer intervalos e podem produzir em uma escala de 24 horas por dia, 7 dias na semana.

Inspeção de produtos

Durante as etapas da produção de roupas (tecelagem, fiação e confecção), vários defeitos costumam ocorrer, de forma que até 60% dos produtos podem ser perdidos se não houver um controle rígido de qualidade. A inspeção têxtil manual é uma tarefa muito improdutiva porque exige que um colaborador observe atentamente cada detalhe do rolo de um tecido, centímetro a centímetro.

Além disso, são vários os aspectos a observar, como entrelaçamento, tecelagem, malharia, acabamento, impressão de estampas etc. Ou seja, provavelmente é um processo muito cansativo e sujeito a erros devido à fadiga de realizar a mesma atividade durante a jornada de trabalho.

Levar essas atividades para a Inteligência Artificial pode ser uma escolha essencial para economizar recursos e poupar tempo. Nesse sentido, a IA deve se encontrar com outra ferramenta, chamada de Internet das Coisas. Por meio de sensores conectados a uma rede, ambas conseguem monitorar um ambiente com muita eficiência.

Assim, sua empresa deverá instalar um sistema de câmeras de inspeção nas fábricas. A todo o momento elas estarão colhendo imagens e enviando para a capacidade de Inteligência Artificial analisar. Depois, quem estiver operando a máquina de IA receberá avisos sobre os produtos que estão fora dos critérios de qualidade.

A máquina consegue analisar muito mais informações que a mão de obra humana, aprendendo o padrão de tecelagem, as propriedades dos fios e as cores de um tecido. Se qualquer um desses critérios estiver abaixo das expectativas da sua empresa, a IA rejeitará o produto.

Além disso, a implementação da tecnologia não é demorada. Geralmente, leva apenas algumas semanas para que a máquina aprenda as características de todos os seus produtos e os critérios de aceitação.

Revolução da internet das coisas

A Internet das Coisas andará lado a lado com a Inteligência Artificial. Assim, sua empresa poderá instalar uma série de sensores para avaliar as atividades.

Por exemplo, uma aplicação muito interessante está no controle de cores de uma estampa. Geralmente, o primeiro contato que o cliente tem com esse material ocorre na tela de computador ou em um desenho impresso no papel.

Já o tecido conta com materiais e processos de tingimento completamente distintos dessas técnicas. Assim, as cores reais de uma estampa podem não corresponder exatamente ao processo inicial.

Por isso, atualmente, as fábricas fazem testes de “tolerância de cor” para saber se a diferença entre a amostra inicial e o produto final são aceitáveis para o cliente. Esses experimentos são manuais, porém, com a IoT, sensores de luz podem se aliar à IA para fazer análises matemáticas complexas, verificar a correspondência das cores e realizar testes de tolerância mais precisos.

Novos tecidos no futuro da indústria da moda

Não é só a tecnologia industrial de tecelagem e confecção que está mudando. Várias empresas fazem esforços para desenvolver novos materiais têxteis com propriedades inovadoras. Veja alguns exemplos.

Tecidos que mudam de cor

Os designers estão trabalhando formas de introduzir LEDs microscópicos e tintas virtuais (e-Ink) em roupas e acessórios. Apesar de nenhuma empresa ter lançado a ideia no mercado, a tecnologia tem tido sucesso em protótipos. Então, podemos esperá-la em alguns anos.

Novos materiais

Existe um material extremamente caro e nobre na indústria têxtil: a seda de teia de aranha. Ela é tão rara que poucos ouviram falar, mas é confortável e extramente durável. Cientistas utilizaram a engenharia genética para desenvolvê-la, inserindo genes de produção de teia em bactérias E. coli e nos próprios bichos-da-seda.

Tecidos sustentáveis

Por fim, ainda há uma grande onda para criar tecidos sustentáveis a partir de materiais que seriam jogados no lixo. Seguem alguns exemplos:

  • leite azedo: uma empresa europeia, chamada Qmilch, está produzindo fibras a partir da proteína encontrada no leite. Além de permitirem o reaproveitamento do líquido que seria descartado pelas grandes indústrias, os processos de produção não levam produtos químicos que agridem o meio ambiente;
  • fibras de coco: geralmente, a casca do coco não é utilizada para nada. Assim, algumas empresas passaram a produzir tecidos de fibra a partir desse resíduo. O material parece ter propriedades interessantes para a prática esportiva, como fácil transpiração e leveza;
  • milho: os grãos que não passam pelos critérios de qualidade das manufaturas podem ser reaproveitados para criar fibras artificiais biodegradáveis. Esta apresentam propriedades semelhantes às dos tecidos sintéticos a base de petróleo.

O futuro da indústria da moda envolve várias novidades, como a inclusão da Tecnologia da Informação para agilizar o processo produtivo. Também busca atender às exigências do consumidor que valoriza produtos sustentáveis. As empresas devem se adaptar a essas mudanças se quiserem crescer, pois a competitividade é grande e apenas quem otimizar processos e entregar o que o público deseja sobreviverá.

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