Mercado brasileiro de móveis caminha em ritmo moderado3 min read
Por Eleni Kronka – jornalista, pesquisadora e editora de conteúdo.
O ritmo moderado da produção caracteriza o desempenho do setor moveleiro nos últimos cinco anos no Brasil. As importações também oscilam e complementam a demanda por parte do consumidor.
Com pesquisas aprofundadas e permanentes sobre diferentes segmentos da indústria e varejo, o IEMI – Inteligência de Mercado acaba de lançar mais um estudo. Trata-se do Estudo do Mercado Potencial de Móveis em Geral 2024 que analisa a demanda de móveis no Brasil.
O estudo observa o desempenho do setor nos últimos cinco anos a partir de sua importância econômica e estrutural. Considera também as matérias-primas empregadas, os canais de escoamento da produção e o comércio externo. De forma complementar, traz para a análise o perfil dos consumidores brasileiros.
Dados em ascensão
A análise do IEMI apresenta, por meio de indicadores diversos, o movimento de crescimento, embora muito discreto, dos números do setor.
A produção nacional em 2019 atingiu a marca de 403,1 milhões de peças, sofrendo a partir de 2020 o impacto, entre outros fatores, da pandemia. Em 2020, a produção caiu 1,8%, reagindo em 2021, crescendo 2% (405 milhões de peças). O ano de 2022 também foi de queda, chegando a367 milhões de unidades (-9%), subindo para 369 milhões de peças em 2023.
Nesta gangorra de números da produção, o time de analistas do IEMI apontam o modesto crescimento de 1% de 2023 sobre o ano anterior.
Comercio externo
O Brasil tem moderada participação no comércio internacional no que diz respeito ao setor moveleiro. As importações que foram de 13,3 milhões de peças em 2019, atingiram o ponto mais alto em 2021, crescendo 20% (14,9 milhões de peças). O volume de importados voltou a cair em 2022 (10,33 milhões de unidades), para nova alta em 2023 (14,11 milhões), o que significa uma alta de 37%.
As exportações, por sua vez, igualmente sujeitas ao impacto da pandemia e a outros fatores conjunturais, tiveram o auge em 2021. Naquele ano foram comercializadas quase 28,7 milhões de peças, número que caiu para 20,6 milhões em 2022 e para 18,5 milhões em 2023.
Desempenho
O IEMI traz em sua análise aspectos que demonstram o potencial da indústria e do mercado local, bem como chama a atenção para oportunidades. Um dos indicadores relevantes é o consumo aparente, que reúne os números de produção e das importações, excluindo o volume exportado.
Em 2019, o consumo aparente de móveis no Brasil atingiu a marca de 397 milhões de peças, sendo que 3,3% correspondiam ao volume importado. O ponto mais alto do consumo aparente deu-se em 2021: o volume produzido e destinado ao consumo interno, somado às importações, chegou a 391,5 milhões de unidades. Deste total, 3,7% couberam à participação dos importados. Em 2023, o consumo aparente cresceu 2%, chegando a 364,9 milhões de peças, para um percentual de 3,8% de móveis importados.
Vale lembrar que a China representa, de longe, o maior fornecedor de móveis para o mercado brasileiro, chegando a 73% do total importado em 2023, por exemplo, que chegou a 231,7 milhões de dólares.O grau de detalhamento do Estudo do Mercado Potencial de Móveis em Geral 2024 dá aos empresários visão panorâmica sobre o setor, podendo ser acessado pelo site iemi.com.br/moveis.