SESI, SENAI e indústrias se unem para produzir equipamentos de proteção a profissionais de saúde7 min read
O combate à disseminação do coronavírus está popularizando um termo muito utilizado na indústria: equipamentos de proteção individual ou EPIs. Máscaras e luvas estão cada vez mais na rotina das pessoas para evitar o contágio do Covid-19. Se a falta deles já deixa qualquer um preocupado, imagine quando há carência desses itens aos trabalhadores que têm contato direto com muita gente, como os profissionais da saúde?
Para garantir o atendimento a essa crescente demanda por equipamentos de proteção individual, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), o Serviço Social da Indústria (SESI) e indústrias de diversos setores estão canalizando seus processos na produção desses itens. Nesse processo de mudança, o SENAI e o SESI se tornam ainda mais fundamentais ao setor.
De acordo com Rafael Lucchesi, diretor-geral do SENAI e diretor-superintendente do SESI, as duas instituições estão totalmente preparadas para apoiar o setor industrial brasileiro no combate à disseminação do coronavírus de forma rápida e efetiva.
“O SENAI ajuda o parque produtivo a ser mais ágil e versátil para adaptar-se a esse novo momento que cresce, sobretudo, a demanda por equipamentos de proteção individual. E o SESI garante que esses ambientes de trabalho se mantenham seguros e saudáveis aos trabalhadores”, afirma Lucchesi.
Confira a relação de iniciativas do setor industrial para aumentar a produção de EPIs e de que forma o SENAI e SESI estão apoiando as indústrias.
Produção de máscaras de proteção, toucas, luvas, aventais de uso hospitar, entre outros
Diversas indústrias, sobretudo do setor têxtil e de calçados, estão adaptando seus processos produtivos para fabricar toucas, máscaras de proteção, aventais de uso hospitalar, calçados de proteção e outros equipamentos de proteção individual.
Em vários estados, o SENAI também começou a produzir dentro de suas unidades esses itens. No Paraná, a instituição, em parceria com a Universidade Tecnológica Federal do Paraná e as startups Tessarato e Compre 3D, está produzindo máscaras com impressora 3D. Essa tecnologia também é usada para confecção de máscaras pelo SENAI no Amapá e no Distrito Federal.
No Ceará e no Rio de Janeiro, o SENAI já está produzindo esses itens em larga escala. O SENAI fluminense firmou uma parceria com a Pion G, fabricante de artigos para a área de saúde sediada no município de Valença, para atender ao aumento de 300% na demanda em razão do combate ao coronavírus.
Para apoiar indústrias, além de consultorias técnicas e tecnológicas, o SENAI disponibilizou gratuitamente especificações técnicas para produção de máscaras e aventais.
A instituição apoia a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), que está direcionando o setor a essa produção de itens essenciais no combate à pandemia para atender a demanda, já que muitos deles estão sendo importados para suprir a necessidade do momento. Entre as empresas que estão adaptando seus processos está a Alpargatas que está preparando linhas de produção para fabricação de produtos para profissionais da saúde, tais como jalecos, calçados e outros itens.
Doações de equipamentos de proteção individual
Mobilizadas pela Associação Brasileira das Indústrias Ópticas (Abióptica), as empresas do setor se juntaram para ajudar a sociedade e os profissionais da saúde. A Essilor doou 5 mil óculos de proteção para o Hospital das Clínicas, de São Paulo. A Allprottambém entrou no mutirão e doou 400 óculos para unidades de saúde de Campinas e também para o Hospital das Clínicas.
A Vila Romanavai confeccionar 20 mil máscaras para uso domiciliar com o estoque dos tecidos. Toda a produção vai ser doada para comunidades carentes.
A Alpargatas vai lançar uma “corrente do bem” por meio da marca Havaianas e de alguns parceiros de negócios. A empresa fará uma doação inicial de 100 mil kits de produtos essenciais para comunidades vulneráveis afetadas pelo coronavírus. A empresa vai adaptar suas linhas de produção para fabricação de produtos para profissionais da saúde, tais como jalecos, calçados e outros itens.
Na PUC-Rio,impressoras 3D operadas por um grupo de pesquisadores e professores de diversas instituições do estado produzem equipamentos utilizados por médicos e enfermeiros do Sistema Único de Saúde (SUS) no estado. O grupo inclui representantes da Unirio, Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN), SENAI,Governo do Rio de Janeiro, Instituto Nacional de Tecnologia (INT), Coppe UFRJ, Grupo DASA, Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, Marinha do Brasile o SOS 3D Covid 19.
A Riachuelo confeccionou mais de 10 mil aventais hospitalares que serão distribuídos gratuitamente para unidades de saúde.
A Vale também está comprando equipamentos de proteção individual, como óculos, luvas e máscaras, para médicos e enfermeiros. O material será doado ao governo brasileiro.
A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) está apoiando empresas do setor para direcionarem a produção para itens essenciais no combate à pandemia, como luvas, máscaras e jalecos. A ideia é que base industrial nacional consiga atender à demanda pelos produtos, já que muitos deles estão sendo importados para suprir a necessidade do momento.
A loja de roupas My Basic, em parceria com a HJ Têxtil,vai produzir máscaras em algodão que serão doadas para pessoas vulneráveis à contaminação. A entrega será feita pela ONG Missão Belém que atende moradores de rua.
A BONFIO, empresa de linhas e fios, de Americana (SP), aderiu à campanha do SENAI SP para a produção de 600 mil máscaras, doando insumos. As máscaras serão distribuídas aos hospitais públicos do estado e nas comunidades mais carentes de proteção social.
Já a Malwee anunciou a doação de mais 5 mil itens de material hospitalar descartável para o Hospital e Maternidade Jaraguá do Sul (SC), que se prepara para receber casos de Covid-19. As toucas e aventais foram costuradas em parceria com as confecções Sperafico e Thailua, ambas de Jaraguá do Sul. Outras 900 máscaras descartáveis serão doadas diretamente do estoque para hospitais de Jaraguá e para o Hospital de Pomerode.
O Grupo Lunelli produziu 30 mil máscaras que serão distribuídas a profissionais de saúde e segurança pública. Por serem de tecido, as máscaras precisam ser higienizadas antes do uso. O kit acompanha um folder com as instruções de como higienizar e utilizar a máscara de tecido. A empresa também doou 10 respiradores ao hospital São José de Jaraguá do Sul (SC).
Com a escassez de máscaras no mercado, a Indecense, fábrica de lingeries e moda praia em Guaporé (RS), decidiu ajudar. Nas últimas duas semanas, a linha de produção está toda voltada para a fabricação dos itens. A produção é doada para instituições de caridade e para grupos de risco que não têm condições de pagar.
Orientações sobre o uso de equipamentos de proteção individual
Para garantir o funcionamento de indústrias e combater a disseminação do coronavírus nos ambientes de trabalho, é fundamental que o próprio setor empresarial seja orientado em relação ao uso de equipamentos de proteção individual e sobre medidas de contenção do coronavírus.
Por isso, o SESI lançou há duas semanas Guia SESI para prevenção da COVID-19 nas empresas. O manual, produzido por médicos do trabalho e infectologistas do SESI, tem como objetivo auxiliar empresas a combater a disseminação da doença no ambiente laboral. Nele, gestores e trabalhadores poderão conferir desde informações mais básicas para se identificar casos suspeitos, formas de transmissão e grupos de maior risco para a COVID-19, até um passo a passo para ajudar empresas a criarem planos de contingenciamento da doença e a envolverem fornecedores e operadoras no combate à pandemia. A cartilha está disponível para download no site da instituição.
Além disso, o SESI divulgou recentemente um guia para ajudar empresas a realizarem campanhas de vacinação com recomendações para diminuir a possibilidade de contágio por coronavírus. Nele, os profissionais encontram dicas sobre equipamentos de proteção individual necessários nesse procedimento.