Alta das vendas on-line de vestuário contrastam com moderação do varejo físico3 min read
Por Eleni Kronka – jornalista, pesquisadora e editora de conteúdo.
Públicos ouvidos em estudo do IEMI, respondem pelo ritmo moderado do varejo físico e passam a buscar mais intensamente o e-commerce, onde o tíquete médio pode chegar a R$ 196,00 por compra.
O varejo brasileiro de vestuário, na média, apresentou modestos sinais de reação de 2017 para cá. Há seis anos, o segmento comercializava 6,34 bilhões de peças, com um faturamento da ordem de R$ 223,3 bilhões.
Já em 2022, o volume de peças chegou a 6,27 bilhões de unidades, para um total de R$ 265,8 bilhões. Ou seja, o número de peças vendidas caiu 1,1%, enquanto o faturamento cresceu 19%.
Os dados constam do Estudo dos Canais do Varejo de Vestuário 2023, realizado pelo IEMI – Inteligência de Mercado. Estudo este, realizado a a partir dos Painéis Anuais de Pesquisa de Mercado, exclusivos do IEMI, que monitoram toda a produção, a distribuição e o consumo de roupas no Brasil.
Considerando-se estes números gerais, o levantamento mostra que o consumo per capita em 2022 chegou a R$ 1.210,00, ou seja, 12,4% a mais do que no ano anterior.
Em número de peças, foram 6,27 bilhões de unidades vendidas em 2022, isto é, 2,7% a mais do que em 2021. O valor unitário por peça comercializada foi de R$ 42,00 (ou 12,8% a mais do que no ano anterior), distribuídas por meio de 133 mil pontos de vendas especializados, o que representa um aumento de 2,3% no número de estabelecimentos especializados.
É preciso lembrar que houve uma pandemia pelo meio, entre 2020 e 2022, com forte impacto sobre o mercado brasileiro e mundial. Mesmo assim, em relação a 2021, as vendas do vestuário de moda no Brasil avançaram 2,7% em peças, em 2022, percentual que foi de 15,8% a mais para o faturamento em reais, no mesmo exercício, inferior à inflação do período, para o segmento, que foi de 18% em 2022 (IPCA de Vestuário).
Impulso das vendas on-line
No ano passado, as lojas físicas formaram um contingente de 133 mil pontos de venda, alocadas em 4,4 mil municípios em todo o território nacional. Foram estes estabelecimentos que responderam pelo faturamento de R$ 244,7 bilhões em 2022, varejo físico que representa 92% do valor comercializado no segmento de vestuário.
Os demais 8%, correspondentes ao movimento de R$ 21 bilhões, referem-se às vendas por e-commerce, do fabricante para o consumidor final (B2C). Segundo analistas do IEMI, o valor médio registrado por compra on-line foi de R$ 196 reais, efetivadas por 12,4 milhões de compradores.
As vendas por e-commerce representaram 7,5% do total de unidades comercializadas em 2022, número que chegou a 467 milhões de peças adquiridas. A equipe de analistas aponta que o crescimento médio anual das vendas por plataformas digitais alcançou na menos que 72% ao ano, nos últimos anos, tendo por base o exercício de 2019.
Quem compra e quanto compra
De acordo com o Estudo do Comportamento de Compra do Consumidor de Vestuário 2023/24, apresentado pelo IEMI traz levantamento sobre a relação entre públicos e respectivo potencial de compra. O público A/B, por exemplo, corresponde a 24,7% da população e 51% do consumo de vestuário em geral.
Já o público C, D e E corresponde a 75,3% da população brasileira, enquanto seu percentual de consumo para itens de vestuário em geral corresponde a 48,8%.
Porém, a soma dos públicos B e C resulta em 69,2% da população, para um consumo de vestuário que em 2022 chegou a 69% em 2022, o que mostra a importância deste contingente de consumidores.
Outras informações relevantes para o dia a dia dos negócios na área de vestuário estão disponíveis no Estudo dos Canais do Varejo de Vestuário 2023, no Estudo do Comportamento de Compra do Consumidor de Vestuário 2023/24 e no site iemi.com.br/vestuário.