E-commerce de moda sustentável lança roupas com fibra de banana3 min read

Thomás Benite, 36 anos, sempre gostou de moda e da maneira como as pessoas podem se expressar a partir das roupas que vestem. Mesmo quando optou por trabalhar com marketing, seu destino foi a Dafiti, onde, diz ele, conseguiu ficar por dentro das tendências. Foi com uma delas, a sustentabilidade, que o paulista viu que seria possível realizar o seu sonho de empreender com propósito. Surgiu a ideia da Narooma, e-commerce de roupas sustentáveis.

A empresa lançou, em dezembro de 2021, uma linha de peças feitas com fibra de banana. “É um tecido feito com fios extraídos do tronco da bananeira. O fio pode ser usado sozinho no tecido ou com outros fios, como a viscose”, diz o empreendedor. Ele conta que os comentários dos clientes foram 100% positivos — pela sustentabilidade e pela usabilidade. “É um tecido muito leve. Também é caro. Porém, achamos que vale a pena, considerando o fator sustentável que ele agrega.”

A Narooma, explica o empreendedor, se preocupa com todo o processo de fabricação da roupa, da produção à entrega para o cliente. “Somos o mais sustentáveis possível em cada etapa da cadeia. Na escolha do material, só usamos tecidos que possuem certificações e processos que comprovem sua sustentabilidade, como o tingimento natural”, afirma. A fabricação é 100% nacional e com zero descarte de tecido (as sobras são desfibradas e transformadas em tecidos novamente). Em outros casos, os resíduos se tornam estofamento de almofadas por meio de parcerias. Além disso, 1% de todas as vendas são destinadas para projetos da ONG SOS Amazônia, localizada no estado do Acre.

Benite começou a projetar a Narooma assim que pediu demissão da Dafiti, em 2015. Fez um curso de moda com duração de três meses para entender mais sobre a parte de criação. “O processo foi difícil. Não sabia que o mercado de confecção era tão informal, mas pouco a pouco fui achando os profissionais certos”, afirma. Ele também contou com a amiga Raissa Prodocimo. A designer ajudou a desenvolver a primeira coleção — e entrou na empresa como sócia. O investimento inicial do negócio foi de R$ 50 mil.

A empresa iniciou as vendas em 2017 com um e-commerce. “Nascemos digitais e investi em marketing online, já que eu tinha experiência na área. Pouco a pouco fomos conquistando os consumidores”, afirma. A estratégia foi deixar claro os valores da marca, como uso de tecidos certificados e a contribuição para a Amazônia. “Era uma comunicação dos nossos propósitos de uma maneira bonita e minimalista, mas que chamasse a atenção das pessoas e passasse uma sensação de futuro. Queremos mostrar uma empresa que olha para a frente.”

O e-commerce não sofreu impactos negativos nas vendas durante a pandemia mas, ainda assim, a empresa teve de repensar toda a  produção das peças. “Criamos roupas mais confortáveis, já que as pessoas estavam passando mais tempo em casa”, diz Benite. Também houve uma maior procura por parte de pessoas que buscavam produtos mais sustentáveis. Em 2020, a empresa quadruplicou o faturamento em relação ao ano anterior e, em 2021, a receita dobrou.

Algumas mudanças provocadas pela pandemia se tornaram permanentes. Hoje, a maioria dos funcionários da empresa trabalham de home office. A meta é dobrar o faturamento de novo neste ano e, a longo prazo, expandir internacionalmente.

Fonte: Revista PEGN

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