Exposição exalta a importância da herança têxtil brasileira3 min read

Texturas, cores e formas encantam o olhar de quem visita a exposição De Fio a Fio — a Herança Têxtil Brasileira de 22 a 22, promovida pela World Textile Art (WTA), que fica em cartaz até o dia 4 de dezembro no Museu de Arte Brasileira (MAB FAAP). A mostra conta com curadoria conjunta de Denise Mattar, Juan Ojea e da artista Eva Soban, que será uma das palestrantes do Casa Vogue Experience 2022 e, em um workshop no dia 24 de novembro, vai ensinar o público a criar adornos têxteis para a casa (garanta seu ingresso aqui!). “A WTA é uma organização internacional focada no têxtil e organiza bienais pelo mundo todo. Aqui no Brasil, somos os representantes e recebemos o convite de montar uma exposição para comemorar seus 25 anos de existência”, conta Eva.

Além de celebrar a 10ª Bienal Internacional de Arte Têxtil Contemporânea, sediada em Miami, e o Jubileu de Prata da WTA, a exposição comemora também o Centenário da Semana de Arte Moderna Brasileira. A importante herança têxtil do nosso país é retratada em um panorama traçado a partir da obra de Regina Gomide Graz, pioneira da arte têxtil no Brasil. A cronologia também inclui o surgimento do Atelier Douchez-Nicola, de Norberto Nicola e Jacques Douchez, e a influência desses trabalhos na cena contemporânea.

Organizada em três núcleos, a exposição apresenta um conjunto de 30 obras têxteis criadas por artistas contemporâneos, além da referência aos icônicos nomes da tapeçaria brasileira. Nos dois primeiros, o tema abordado é o centenário da arte têxtil no Brasil, homenageando Regina, Norberto e Jacques.

A artista Regina Graz foi uma das primeiras a se interessar pela tradição indígena brasileira, participou da Semana da Arte Moderna de 1922 e ajudou a introduzir o estilo art déco no nosso país. Norberto Nicola é o artista que colocou o têxtil nas Bienais, além de ser criador da Trienal de Tapeçaria e responsável por organizar a 1ª Mostra Brasileira de Tapeçaria feita no MAB FAAP, ao lado do sócio Jacques Douchez, no Ateliê Douchez-Nicola de tapeçaria. Douchez, por sua vez, foi um artista tapeceiro que expôs em 1974 na 1ª Mostra Brasileira de Tapeçaria, em São Paulo, na 3ª Bienal de Medellín, na 7ª Bienal de Tapeçaria de Lausanne e na 1ª Trienal de Tapeçaria de São Paulo. As obras dele exploravam a tridimensionalidade e o equilíbrio das cores e texturas.

O terceiro núcleo da mostra comemora os 25 anos da WTA e traz obras inéditas de um coletivo formado por 26 artistas contemporâneos, que utilizam as fibras como forma de expressão. “A ideia foi fazer um link com os homenageados, então propusemos à nova geração que criasse algo inspirado no trabalho desenvolvido por Regina, Norberto e Jacques”, explica Eva.

Entre os contemporâneos, um dos destaques é Jaqueline Chiabay, autora da obra ESPÍRITO Sustentável SANTO processo. A peça é o famoso vestido usado pela personagem Juma Marruá, no remake da novela Pantanal, que foi transmitido recentemente pela TV Globo. Usando tiras de couro na técnica de crochê, o vestido está exposto em um manequim revestido de tecido de onça, ainda com as manchas de uso.

O universo das obras têxteis é amplo e está cada vez mais inserido na cena artística contemporânea. Historicamente associadas às atividades femininas, as técnicas de tapeçaria, bordado e costura, atualmente, extrapolam essas amarras e ganham novos formatos nas mãos de artistas talentosos, dialogando com temas do nosso tempo.

Casa Vogue Experience 2022
Quando: de 23 a 27 de novembro.
Onde: Rua Groenlândia, 1478, no Jardim América, São Paulo.
Quanto: R$ 100 reais por atividade ou R$ 400 o passaporte para todos os dias de evento.
Confira a programação completa aqui.

FONTE

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