Cadeia têxtil: entenda as oportunidades deste segmento de acordo com a ABIT6 min read
Uma cadeia têxtil completa vai desde a produção das fibras, por meio das plantações de algodão, por exemplo, até os desfiles de moda, passando por todos os processos industriais como fiações, tecelagens, beneficiadoras, confecções e varejo. Essa é a realidade que faz do Brasil o detentor da maior cadeia integrada do Ocidente, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT).
O ano de 2019 promete ser promissor para o segmento aqui no Brasil, com geração de grandes oportunidades de negócios para toda a cadeia têxtil, desde insumos e máquinas ao produto acabado. A previsão de crescimento é de 3% com relação ao ano anterior, sendo que o faturamento deve aumentar em torno de 7%. Com relação às exportações, a expectativa da Associação é de que haja crescimento de 4% nas vendas para o exterior.
Fizemos este post para apresentar algumas informações importantes sobre o que é a indústria têxtil brasileira, seus dados econômicos obtidos até agora, a perspectiva de retomada de crescimento do setor e as tendências para 2019. Continue a leitura e confira.
A indústria têxtil brasileira
Dados da Organização Mundial do Comércio mostram que o setor têxtil e de confecção mundial movimentou cerca de 744 bilhões de dólares em 2012, com previsão de aumento para aproximadamente 851 bilhões de dólares em 2020.
É nesse contexto que o Brasil detém a quinta maior indústria têxtil do mundo, com uma história que já dura mais de 200 anos, além de ser o quarto maior em confecção. O país, único da América do Sul a ocupar lugar de destaque no setor, responde por 2,4% da produção mundial de têxteis e por 2,6% da produção mundial de vestuário.
Força produtiva que se destacou durante a revolução industrial brasileira, a indústria têxtil emprega, atualmente, 1,7 milhão de pessoas de forma direta. Destas, 75% são mulheres, o equivalente a 1,275 milhão de trabalhadoras no mercado.
De enorme importância econômica e social, a cadeia têxtil no Brasil gera muitas oportunidades continuamente, com mais de 30 mil empresas em atividade atualmente. A indústria da moda, por exemplo, ocupa o segundo lugar tanto entre os maiores empregadores na indústria de transformação quanto entre os principais geradores do primeiro emprego.
Panorama econômico do setor
Com uma indústria atuante há mais de 200 anos, a cadeia têxtil brasileira apresentou contínuo crescimento entre 2015 e 2017, mas sofreu uma queda nos números em 2018 devido a vários fatores, inclusive o aumento nas exportações e a queda nas importações, como revelam as informações da ABIT. Confira, a seguir, quais são os números detalhados do cenário do setor têxtil brasileiro nos últimos anos.
Faturamento
Em 2016 o faturamento do setor têxtil e de confecção brasileiro foi de aproximadamente R$ 137 bilhões. Com crescimento de 5,6% em relação ao ano anterior, o segmento fechou 2017 com R$ 144 bilhões de faturamento.
Produção
No que diz respeito à produção média de confecção, incluindo vestuário e meias, acessórios e cama, mesa e banho, foram 8,9 bilhões de peças em 2017 contra 5,7 bilhões de peças em 2016. Em 2018, a produção de vestuário encerrou o período com retração de 3,7%.
Já a produção média têxtil foi de 1,3 milhão de toneladas em 2017 contra 1,6 milhão de toneladas em 2016. Em 2018, houve queda de 1,6% na produção.
Exportação
Em 2017 foram exportadas 190 mil toneladas de produtos, uma queda de 5% com relação ao ano anterior. Em 2018, houve nova diminuição, desta vez de 1,2%.
Importação
Com o maior crescimento nos últimos 10 anos, o Brasil ocupa a oitava posição entre os países que mais consomem vestuário, cama, mesa e banho do mundo. Números que se refletem diretamente nas importações. Elas tiveram aumento de 22% em 2017, com 1,34 mil toneladas, representando financeiramente um crescimento de 21%, com arrecadação de 5,1 bilhões de dólares, contra 4,2 bilhões de dólares em 2016.
Retomada do crescimento em 2019
O setor têxtil e de confecção brasileiro vinha seguindo em um ritmo crescente, mas foi interrompido em 2018 por diversos fatores. Entre eles, o cenário político e econômico vivido pelo país neste último ano teve forte influência. Além disso, a greve dos caminhoneiros, que durou 10 dias, gerou perdas de aproximadamente R$ 2 bilhões às companhias da cadeia têxtil e de confecção, agravando a situação.
Agora, com possíveis mudanças no campo tributário, a expectativa é de que haja um restabelecimento de equilíbrio nas contas públicas e um impulso para que o setor volte a crescer, gerando novas oportunidades de negócios para toda a cadeia têxtil, desde insumos e máquinas ao produto acabado.
Tendências para o setor
Para garantir uma nova guinada na indústria têxtil, algumas tendências se apresentam como pontos essenciais para as empresas aderirem e se adequarem às exigências do mercado. Veremos algumas a seguir:
- recursos: em um mundo em que a consciência sobre a importância da sustentabilidade é cada vez maior, o reuso de descartes se mostra como uma alternativa ao desperdício dos recursos naturais. A reciclagem também é apontada como grande tendência;
- varejo: entre as tendências para a venda de produtos estão o melhor aproveitamento do e-commerce, que permite a compra e venda por meio da internet; a coleta de roupas usadas e seu reaproveitamento também estão em alta, principalmente porque o comportamento de consumo da sociedade está mudando;
- consumo: as pessoas estão cada vez mais conscientes e atentas à postura das marcas que consomem. A origem de fabricação dos produtos, por exemplo, ganha cada vez mais importância.
Como vimos anteriormente, as expectativas para 2019 são muito boas: crescimento de 3%, aumento de 7% no faturamento e de 4% nas exportações. Para transformar esses números em realidade, é importante analisar toda a evolução do cenário têxtil dos últimos anos para encontrar os pontos de acerto e os que devem ser corrigidos.
Estar atento às tendências do mercado, buscar formas de aumentar a exportação e reduzir a importação, por exemplo, são algumas medidas a serem seguidas pelos empresários do setor para que 2019 seja um ano de sucesso e crescimento.
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