Entenda a influência do polo têxtil no Agreste Pernambucano7 min read
A indústria de roupas e tecidos sempre foi uma das mais tradicionais em qualquer região do mundo — a própria Revolução Industrial começou com essa atividade. No Brasil, ela tem se destacado por sua modernidade e seus números expressivos. Atualmente, no Nordeste, está localizado o segundo maior produtor nacional, conhecido como Polo Têxtil do Agreste Pernambucano.
Hoje em dia, em cidades como Caruaru e Toritama, são produzidas milhões de peças para o mercado nacional e internacional. É realmente muito interessante que, em pleno Agreste Nordestino (região que já sofreu com várias visões preconceituosas), esteja localizada uma indústria que movimenta bilhões de reais.
Quer entender melhor a influência do Polo Têxtil de Pernambuco? Então, acompanhe nosso post!
Quais são os números do Polo Têxtil do Agreste Pernambucano?
Os números do Polo Têxtil do Agreste Pernambucano são impressionantes: cerca de 800 milhões de peças de vestuário são produzidas todos os anos tanto para o comércio nacional quanto para o internacional.
É uma produção tão grande que a região se tornou referência no Nordeste. Por exemplo, o polo fabrica 44 vezes mais unidades do que o Rio Grande do Norte, que já foi uma potência regional. Inspirado no exemplo pernambucano, o Ceará também está planejando medidas para se tornar o terceiro maior produtor nacional.
Tudo isso foi possível graças a um programa chamado de Pró-Sertão, parceria dos governos estadual e federal com grandes empresas. Graças ao projeto, elas foram incentivadas a contratar os serviços dos pequenos negócios locais.
Com isso, não foram apenas as gigantes que colheram os benefícios do crescimento, mas também principalmente o pequeno e o médio empresário. Por essa razão, estima-se que 18 mil empresas têxteis estejam localizadas nas cidades de Caruaru, Santa Cruz do Capibaribe, Toritama e Surubim.
Ao final de 2017, o polo acumulou um faturamento de 3,5 bilhões de reais durante 12 meses corridos. Além disso, certamente houve um crescimento substancial da economia, pois o setor local emprega mais de 120 mil pessoas.
Assim, indiretamente, o polo deve movimentar dezenas de bilhões na região, pois essa grande massa de trabalhadores gasta seu salário com o próprio vestuário, alimentação, moradia etc. Ou seja, é uma verdadeira revolução financeira em pleno semiárido.
Por essa razão, os fluxos migratórios se inverteram: se antes os nordestinos migravam ao Sudeste em busca de oportunidades, atualmente elas se encontram no Agreste. Nas décadas de 1990 e de 2000, quando o polo estava se consolidando, houve um crescimento populacional substantivo nas seguintes cidades:
- Caruaru — 18,7%;
- Toritama — 46,2%;
- Santa Cruz do Capibaribe — 54%.
Todas essas vantagens têm permitido que o polo se recupere rapidamente da crise financeira que assolou o Brasil nos últimos anos. De acordo com dados de 2017, a indústria têxtil cresceu 3,5% enquanto o PIB nacional subiu somente 1,0%.
Quais são os diferenciais do Polo Têxtil do Agreste de Pernambuco?
Investimento em qualidade
Além do volume de negócios significativo, esse polo têxtil se destaca por investir continuamente na qualidade de seus produtos. Para tanto, mais de 30 empresas locais vão investir na obtenção do selo da Associação Brasileira do Varejo Têxtil (ABVTEX), uma das mais respeitadas no Brasil.
Como explicou o Diretor do Sindicato do Vestuário de Pernambuco, Wamberto Barbosa, no Jornal do Commercio, essa certificação é essencial para manter a competitividade no mercado:
“E quem não tem certificação não pode participar do mercado que só faz crescer. Só há duas saídas: ou se capacita para ter o selo ou fica de fora”.
Com esse investimento, o Polo Têxtil de Pernambuco vai aumentar sua projeção nacional e conquistar o mercado de grandes maganizes, como Renner, C&A, Riachuelo etc.
Essa fatia do mercado é imprescindível para o crescimento, uma vez que, ainda segundo a matéria citada, estima-se que ela comercializa cerca de 46% de todo o vestuário nacional, com um faturamento de 20 bilhões de reais anualmente.
Consciência social
Além disso, as empresas da região investem bastante no desenvolvimento social. O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), junto com a Secretária de Direitos Humanos de Pernambuco, criou uma fábrica de tecidos dentro do presídio de Santa Cruz do Capibaribe.
Lá, os detentos trabalham por 40 horas semanais — que são deduzidas da pena. Mensalmente, eles produzem mais de 4 mil peças de roupas femininas, as quais são vendidas nas lojas regionais do polo.
Qual a importância do denim?
Não podemos deixar de falar da importância do jeans urbano na região — mais conhecido como denim. A cidade de Toritama se destaca nesse sentido. Além de dezenas de empresas de confecção, ela também concentra várias indústrias de beneficiamento — as quais realizam lavagens e customizações para outros negócios.
Com isso, o polo se tornou o segundo maior distribuidor de jeans nacional, representando uma parcela significativa do mercado com 14% da produção. Ele só perde para o Polo Paulista, que já tem décadas de tradição.
O que é a Feira Agreste Tex?
Por fim, não podemos nos esquecer da Feira Agreste Tex, evento que está em sua quarta edição. Totalmente focada no setor têxtil, os organizadores prometem levar ao público os últimos lançamentos em máquinas, insumos e serviços especializados.
Os números das edições anteriores são bem significativos: na 2ª edição do evento, realizada entre 18 e 21 de março de 2014, 11.100 visitantes conferiram os principais lançamentos e tecnologias de 250 marcas.
Além de contar com empresas regionais, eles serão apresentados pelos principais distribuidores e fabricantes do país, que buscarão negociar as melhores condições para as empresas locais. Entre os participantes confirmados, estão:
- ABIMAQ — Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos;
- ABIT — Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção;
- ABTT — Associação Brasileira de Tecnologia Têxtil, Confecção e Moda;
- ACIC — Associação Comercial e Empresarial de Caruaru;
- ACIT — Associação Comercial e Industrial de Toritama;
- ASCAP — Associação Empresarial de Santa Cruz do Capibaribe;
- A Veloz Têxtil;
- Agabê Tecnologia;
- Andrade Máquinas;
- Audaces Automação e Informação Industrial;
- Avil Têxtil;
- Barudan do Brasil;
- Cativa Gestão Comercial;
- Censi Máquinas;
- Centromaq;
- Colorgraf Gráfica e Editora;
- C Tech Soluções e Serviços — Mimaki | Empesol;
- Damenny Produtos Têxteis;
- Denim School;
- Diskmaqpeças — DMP;
- Duettos Group;
- Epson — DSI;
- Elastan Ind. e Com.;
- Enfesmak Ind. e Com.;
- Etax Etiquetas e Rótulos;
- Etical Etiquetas Caruaru;
- Feiratur Agência de Viagens e Turismo;
- Ferros Continental;
- Freudenberg Não Tecidos;
- Futura Etiquetas;
- Galileu Tecnologia;
- Global Brasil Tecnologia em Química e Moda;
- Global Tecnologia Tintas Digitais;
- Gold Tex;
- Hikari do Brasil;
- IBG — Ind. de Botões Guaíra;
- Icaterm Caldeiras, Aquecedores e Queimadores;
- Icla S/A;
- Imatec Ind. e Com.;
- Impressão e Cores;
- Interplast Embalagens;
- Irmãos Perfeito Fábrica de Botões;
- Lola Soluções Importação, Indústria e Comércio;
- Malharia Princesa;
- Manatex Têxtil;
- Makital Importadora de Máquinas;
- Mecolour;
- Mega Máquinas | Maqpress;
- Metal Printer | ART Comercial;
- Metalsete;
- Metalnox Ind. Metalúrgica Ltda;
- NTCPE — Núcleo Gestor da Cadeia Têxtil e de Confecções em PE;
- O confeccionista;
- Passamanaria do Nordeste S/A;
- Pedrosa e Figueiredo Rep: Palloma Têxtil, Marisol Malhas, BC Malhas;
- Potisigns;
- Qualygraf Editora Gráfica;
- Revista Multiservicios;
- Revista Têxtil;
- Revista Textília | ITT Press;
- SEBRAE — Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas;
- SENAI — Serviço de Aprendizagem Industrial / PE;
- Silmaq;
- Sublime Nordeste;
- Sun Special Representações;
- Tricostura Indústria e Comércio;
- Unipeças — Peças e Máquinas de Costura;
- Usefashion;
- Vicunha Têxtil S/A;
- Welttec Comercial;
- Zanotti S/.
Portanto, além de uma indústria bastante forte, o Polo Têxtil do Agreste Pernambucano traz muitas novidades para a região. Os incentivos do governo local, junto com as associações de comerciantes, tornam o polo bastante competitivo, capaz de fazer frente às regiões de produção têxtil mais tradicionais, como São Paulo e o Sul do país.
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